quinta-feira, 30 de julho de 2020

O caso da Lista de Bolsonaro para comprar aliados*



Reprodução de Internet. Fonte: abaixo


Olha, o  ponto é: não temos provas da autenticidade do que diz o rival de Bolsonaro, o major Olímpio (PSL)¹.

Segundo: mas o que a gente pode aprender com isso aí? Porque, claro, pode ser sim que tal prática esteja ocorrendo no governo.

Meu propósito então será fazer algo simples e direto: 1) mostrar como a nossa área, Ciências Sociais, pode dividir suas tarefas com: i) fazer pesquisa, de um lado; ii) ter uma opinião política do outro.: 2) mostrar que nós, de Sociais, podemos encontrar padrões ou frequências em acontecimentos e isso nos permite trazer esses dados com pesquisas para auxiliar com a mudança social.

Um: fazendo pesquisa e tendo uma opinião
   Bom, li 3 artigos de opinião em um jornal de saúde, recentemente. Médicos e médicas "se posicionavam". Porém, lá, na área deles e delas, há a separação. Eles e elas defendiam equidade de gênero e raça em universidades e hospitais.
    Ora, lá, diferente daqui, de Sociais, há a separação. De um lado pesquisam uma vacina, por exemplo, para Covid-19, se a hidroxicloroquina presta mesmo (e não presta); do outro, fazem questão de se posicionar contra o racismo.
        Ter uma opinião... fazer uma pesquisa... guardemos essa lição...

Dois: e o caso da lista, o que ensina?
   

Ora, mas isso tem a ver com nossa realidade local? Sim, tem sim. É o que acontece nos bairros, em campanhas eleitorais. As pessoas se organizam e passam a defender algum candidato que ajudará mais NÓS que os outros (sabe aquele cara que te prometeu um terreno? 50 pila? Uma grade de bebidas?)

Aliás, ainda tem aquela frase "ninguém pensa na gente" ou no "nosso bairro". Vejam, essa é uma realidade. Enquanto cientistas sociais, podemos perguntar: quais fatores materiais aumentam as chances de que essas práticas ocorram?

Três: conclusão

Vocês notam que no caso do Governo Federal a ideia é: a Covid-19 deu milhões para o governo negociar e quem se aliar vai ser beneficiado (e assim vão beneficiar seus municípios) - e quem não se aliar (como ficam as pessoas dos outros municípios?)?

No caso do Governo Municipal, a ideia é: os Equipamentos Públicos e a pobreza dão oportunidades para dois tipos de pessoas: a figura do candidato que faz promessas até ilícitas para obter votos; e as pessoas que têm diferentes necessidades e decidem votar em um candidato porque ele vai "me/nos ajudar" (e os outros?).

Minha ideia é que essa é uma prática que mantém um hábito individualista e anti-solidário entre as pessoas, conservando a tradição e travando a mudança para outras atitudes. Notar: não é moralizar e culpar o candidato ou a pessoa que fez suas escolhas, mas olhar para o outro lado: para como as coisas são possíveis e como elas se mantém, sem mudar para futuros que, aí sim, moralizamos: futuros que gostaríamos que fossem diferentes e melhores.

Link para matéria:

Nota
1: A lista que o Major Olimpo mostra possivelmente será contestada como prova "forjada", inventada.

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