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Resumo: tento, aqui, explicar o
lado “ruim” da ciência ou, noutras palavras, a sombra que a ciência gera sobre
a existência humana, ofuscando parte da vida ao iluminar outras.
Feminismo e Marxismo
Tanto
movimentos sociais quanto instituições acadêmicas têm em comum a autoridade
científica por trás sempre que se deseja falar sobre o conhecimento e
experiência humana.
No
(s) feminismo (s) e na sociologia crítica, por exemplo (do marxismo aos
frankfurtianos), existem “sombras” que são “feitas” pelo “apagamento” da “espiritualidade”,
do “autoconhecimento” e do “elemento místico” para lidar com sofrimento, dor e
emoções [a salvo outras abordagens mais holísticas do feminismo].
Então
os avanços e progressos embasados na ciência e na “razão” (eurocêntrica) acabam
se tornando uma “arma” contra tudo que seja ligado à “crença”, “espírito”, “religião”
e “misticismo” (O sagrado feminino, por exemplo, tão criticado em artigos e
discursos também feministas por serem “essencialistas”; ou a religião, tão mal
tratada pelo marxismo desde seu surgimento).
Recentemente
comprei o livro “Tornar-se Negro”, de Neuza Santos Souza (2006). Fiquei
impressionado com a afirmação da autora de que é com o empoderamento político
que os pretos e pretas podem lidar com o seu lado emocional, sua experiência,
seus traumas e violências sofridas com o racismo de nossa sociedade.
Impressionei-me
não porque parecia novidade. Mas porque eu já tinha essa impressão de que
nossas experiências pessoais poderiam ser utilizadas como “motor” ou “combustível”
para nossa produção acadêmica e posicionamentos políticos. Porém, é aqui que
fica “a sombra”: o nosso lado emocional, negado pela ciência, fica “escondido”
e, assim, nosso sofrimento e dores não são “curados” porque não recebem
atenção.
Um mundo de experiência pura e o papel da antropologia
Lendo
há pouco sobre os Maias, e sua sabedoria milenar, lembrei que sou “Mago Branco”.
Assim como “signos”, temos, pragmaticamente, chance de dar “sentido” a nossas
experiências de diferentes maneiras. O filósofo e pai da psicologia, William
James, defendia a religião, pragmaticamente, por seus “efeitos de verdade” (se
faz bem para você, por que o filósofo tem que, arrogantemente, dizer que é uma “falsa
verdade” – não ele não pode fazer isso! Não mais!).
É
preciso resgatar a nossa sabedoria compartilhada, de tantos povos e etnias,
para lidar com nossas dores e sofrimentos. Chegou a hora de equilibrar nossa
sociedade comum, pois ela não “vive só de Ciência” e de “Política”. Como diria
o filósofo e antropólogo Bruno Latour, precisamos deixar as possibilidades dos
diferentes modos de ser (ontologias) coexistirem. Aliás, é aqui que a
antropologia cumpre seu papel como uma disciplina acadêmica da vida em comum e
da tolerância – como sugeriu recentemente o antropólogo e biólogo Tim Ingold.
PS.: Esqueci do papel da arte
(poesia, pintura, desenho etc.) como alternativa para lidar também com nossas
dores, prazeres e emoções! Essa é a forma que, recentemente, descobri ser minha
forma de “espiritualidade”. ^^
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