segunda-feira, 26 de julho de 2021

Jamais fomos MACACOS: ensaio de antropologias ontológicas

 [Esse post abre uma exceção à produção de conteúdo digital]


[Quem fala, aqui, é a profissão]

[Então estou falando da etnografia em ambientes digitais sobre pandemia]

--- recebi um link, hoje, falando de babuínos. Achei o tema muito bacana pra falar de 4 redes sociais que venho etnografando ---


1 - no linkedin a linguagem é mais das aparências de seu avatar/perfil. Sua conta com esta empresa se baseia no princípio de Marketing, mas digital. Então, com Boltanski e Thévenot, (teorias sociais), os valores cultivados lá são do mundo empresarial;vc é um Leão-TIGRE ou cordeiro;

2 - no Facebook a linguagem é escrita, mais que visual, e a conta tem limite de 5000 seguidores; isso significa que diferente do "concorrente", o Facebook explora mais a escrita digital e as opiniões e fofocas, por isso seu dono disse que "brasileiros" não sabem usar bem o Facebook, porque no mundo "subdesenvolvido", as pessoas seriam "menos inteligentes" ou "espertas" e se apegariam ao superficial da imagem e dos textos. Novamente somos Leões ou cordeiros. Marketing digital de novo. Mas ainda marketing. 

3 - no Instagram a linguagem é mais visual. Sempre foi. Mais em antropologia de infraestrutura, a etnografia diz que as arquiteturas digitais são mutáveis. Elas mudam. Então o Instagram, com a "concorrência" do... tem contado um lero/papo que é o seguinte: "vamos mudar devido ao TTk". Assim, todo mundo acredita na narrativa da concorrência. Marketing Digital de novo. Jamais saímos dele. Mas o Face, no entanto, mantém a liberdade da escrita... Leões e cordeiros de novo.


4 - Academia.Edu, Research Gate, etc., são as mais profissionais de todas. Porém, elas colocam experts para concorreram com experts. Porém, há a possibilidade de subversão da lógica do capital e do mercado quando você usa a rede em cooperação. Por exemplo: você sabia que dá pra ler a maioria dos livros e artigos caros que tem por aí se você utilizar a internet de "outro jeito". Pois é... basta não usar a WWW. 

Conclusão


A primeira rede sociotécnica: é a da visão. Latour diria que babuínos se comunicam com olhares e gestos, cheiros, afagos, mas também com a força física. Stengers diria, indiretamente é claro, que seres humanos se comunicam com gatos. Haraway diria que jamais fomos "humanos", somos símios-ciborgues. 

Mas por que não deixamos de lado a "fofoca", a "visão" e os "símios" de lado? Bom, Viveiros de Castro vai dizer que isso se chama "metafísica da predação". E isso significa que o olhar dos animais predadores é equivalente ao olhar Humano. Leõs e Cordeiros de novo. O olhar do Homem é o olhar do predador e este, por último, é o olhar da Espécie. É o olhar do Macho. É o olhar do Alfa. 


Alfa é a letra grega pra o começo. Para o número 1. Então vamo lá? Saindo do "nó". O que estou tentando dizer é que o olhar do marketing digital é o olhar binário e dualista que opõe Leões e Cordeiros, Machos e Fêmeas, e Capital e Trabalho, Mercadoria e dinheiro. Mas também devemos lembrar que o número 0 não existia até o calendário romano atualizá-lo no século 5(v) d.c. 


[Resultado: o Z, último letra, leva ao Z-odíaco.]

Tá certo, vazo (de Deus). o que tu estás a falar? 

Que Haraway, Stengers, símios e ciborgues são todas linguagens possíveis, e não binárias. Mas quando a [mãe] da influencer falou sobre "macaco"/"babuíno", assim como o Instagram estar se modificando para ficar se adaptando, então caímos de novo no Marketing Digital porque jamais saímos dele! Estar conectado na internet se chama economia da atenção: uma nova forma de capitalismo. Quem diz isso não sou eu: BASTA LER sobre ALGORITMO!


O binarismo de Hoje junta ALGORÍTMO + LINGUAGEM BINÁRIA e deixa as pessoas SUPOSTAMENTE SE COMUNICANDO, quando, na VERDADE, é o contrário, de acordo com McLuham, Boudrillard, Bauman, etc. Na verdade, nos tornamos A MERCADORIA.


O SER MACACO É SER A MERCADORA. Só que nossa visão leiga é usada contra nós. Não nos vemos como macaco e nem como mercadoria porque é função do marketing digital OFERTAR COMUNICAÇÃO com uma MÃO e tirar, com a Outra, SUA ATENÇÃO.


As CIÊNCIAS HUMANAS e a HISTÓRIA são todas Neo-platônicas e, portanto, neo-KANTIANAS e, por fim, neo-foucaultianas.         Traduzindo: a linguagem do MARKETING enxerga as pessoas como potenciais consumidoras e essa é a linguagem do CAPITAL; mas as CIÊNCIAS HUMANAS cumpriram tão bem seu PAPEL que elas não conseguem perceber que elas próprias se tornaram o MACACO-MERCADORIA.

[Hoje, diário de campo, saio do Linkedin. Porque vai acabar o linkedin prêmio. ;) ]

NÓS NÃO ESTAMOS NOS COMUNICANDO NO INSTAGRAM. ESTAMOS SENDO SEDUZIDOS PELO MARKETING DIGITAL. porque ele explora nossa imagem gratuitamente para nos fazer nos sentirmos bem SOCIALMENTE.  E isso é só outra forma de usar o que LATOUR  chamaria de DESPERTAR OS seres da ORGANIZAÇÃO/ECONOMIA.



sábado, 3 de julho de 2021

TIC-DARK-TIC-TAC: vai acontecer de novo

 

O artigo acima é de Marcio de Vasconcellos Serelle, publicado na revista PPGCOM – ESPM, COMUNICAÇÃO MÍDIA E CONSUMO, em 2014.

 

Cheguei até ele depois de ter contato com uma matéria do Leo Kellon, da BBC, em 14 de fevereiro 2021, intitulada “Armagedom dos chips”.

 

Cheguei até lá como?  Assisti no canal da Laura Tatchenberg Hauser. E como cheguei até lá? Bom, com uma participante do meu curso anterior. Chamo-a de Paulista. ^^

 

Finalmente: o que diz o artigo? Simples assim: nos anos 1960, pra mim o divisor de águas não devido a questões “políticas”, mas por questões comunicacionais, já “assistia” uma forma de BBB, ou de reality show.

 

Certo, certo, mas o que quero dizer? TV, Internet, etc., Produção de Conteúdo Digital... é só “Educação?”...

 

Mas que isso tem a ver com o “Armagedom dos Chips”?

 

Simples assim: o “digital” é físico, bença. Não é “virtual”, apenas. E a “Educação Digital” depende do consumo de silício. Traduzindo: o mercado digital é uma atualização do mercado material.

 

Mas e a foto, parceiro? E por que tic-tac-tic-Dark-... a foto que posto, junto ao que escrevo, mostra o “Brasil Colônia”. Depois mostra a Fosforita SA, “Brasil Contemporâneo” (1960).

 

Mas e se nós fizermos um experimento coletivo? E se brincarmos, com as “fronteiras da realidade” e do “tempo”, quem nem Dark ou The OA?

 

Se sim, então temos que assumir que todas as escritas (e escrituras, a Palavra dos israelitas, as “ancestralidades”, mas também as escrituras-arquivos das Ciências Modernas) estão se repetindo diante da pandemia.

 

Consigo me fazer entender?

No fundo você já não sente, lá no seu interior, que tá tudo acontecendo de novo? O Pentecoste; a Reencarnação; o Buda; o cheiro das fogueiras; mas também o Progresso (Sustentável?)

 

Life is a waterfall,
We're one in the river
And one again after the fall

 

Swimming through the void,

we hear the word
We lose ourselves, but we find it all…” (Aerials - System of a Down)

 

Tradução do colonial:

 

“A vida é uma queda d'água [árvore, YggDrazil ou platôs]

Somos um... no rio [uma malha, um rizoma?]

E um, novamente, após a queda [não vêem o Uno]

Nadando através do vazio, ouvimos a palavra [Sou o verbo, sou o Om , o Silmarillion, OA]

Nós nos perdemos, mas encontramos tudo “[adormecidos?]”

 

“ainda que eu falasse a língua dos anjos...

Sem amor, eu nada seria...” (Tradução musical Renato Russo)

 

1 Co13: “AINDA que fale [comunicação] as línguas dos homens e dos anjos [seres do Verbo], se não tiver amor [sentimento], serei como o sino que ressoa [som] ou como o prato que retine [som].” [sons não ouvidos]

 

Tradução da língua dos anjos

 

Ora, não é exatamente “O Corupira”[ser], de Jesus? Não é exatamente Davi Kopenawa que tenta “falar a língua dos seres” e “encantados” que está dando entrevistas para a TV Globo?”

Colonial é a repetição. E está tudo acontecendo de novo (1960/70 2020-21).

 

Tic-tac-tic-Dark-tic-tac

#dark

 

 

 

 

 

Duas religiões econômicas no comércio

 - Terminei. Vamos? - Diz minha pequena. - Posso ir ao banheiro? - Diz minha segunda pequena. Alguns minutos depois, caminhamos sobre o asfa...