I
Neste
texto, eu vou pedir desculpas por usar uma retórica científicossocial. Mas será
necessário. Prometo ir modificando essa linguagem em outros posts. Como esse é
o primeiro post sobre Djamila Ribeiro, eu vou precisar leva-la tão a sério quanto um branco
leva uma branca, como Simone de Beauvoir, filósofa francesa, a sério, pois acho que é o que não vem acontecendo...
Ato Um: uma revolução copernicana
Uso, aqui, a filósofa belga, Isabelle Stengers, para comparar o que Galileu fez na Europa de sua época, neste caso em 1608, com o que Djamila fez em nosso tempo.
[...] E essa referência não é um artefato histórico: o próprio Galileu mostra-se perfeitamente consciente do fato de que, com ele, alguma coisa de novo estava em vias de se concretizar. Sua obra pública consagra um acontecimento, não somente um “novo sistema de mundo”, mas também uma nova maneira de argumentar à qual ele confere o poder de fazer os adversários caírem no ridículo e de obrigar Roma a se curvar e a mudar a interpretação das Escrituras. (p. 90).
Ora! Reparem: Djamila fez o mesmo: seus adversários são brancos, sua escritura é a da Ciência. Segundo Massoni e Moreira (2015) - que inspiraram este texto -, ela e ele da Física, Stengers está dizendo “isto é científico” como o grande trunfo para se opor a seus adversários. Ora! Djamila não fez nada mais que isso com seu “lugar de fala”.
Esse é o primeiro post.
Referências
Neusa Teresinha Massoni. A VISÃO EPISTEMOLÓGICA DE ISABELLE STENGERS. Ensino, Saúde e Ambiente, v8, n2, pp 111-141, ago, 2015.
Isabelle Stengers. A invenção das ciências modernas. Editora 34, 2002.
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