terça-feira, 9 de junho de 2020

Deus, humanidade e animais


Resumo: bença, vou tentar te mostrar o que acontece quando paramos de “dizer” coisas positivas ou negativas sobre “o ser humano” e passamos a usar Sociologia e Antropologia para “entender” as diferentes formas “desse” ser humano.

           

Humanidade e animais

            Somos diferentes dos animais, correto? Dizem, né? Somos animais, porém, quando não nos comportamos de modo “civilizado” e “racional”, deixando o “instinto” (animal) fazer com que “percamos a razão” (já ouviu, né?).

            E quando “queremos” escravizar os outros? São animais, não um ser humano!”, “são inferiores” etc., “animais”.

            “Ser humano” é uma coisa que muda conforme desejamos, ora serve pra uma coisa, ora pra outra. Por exemplo: “precisamos humanizar a saúde”, dizem cientistas sociais. “Médico desumano”, diz uma paciente mal atendida em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento).

            Mas, afinal, o que é ser humano?

           

Sociologia e seres humanos

            Man, mulher, na Sociologia não falamos “humanos”, vamos pra “sociedade” pra dizer que falar em “humano” é falar de modo muito vago. “Sociedade” se faz de “relações sociais”. Estas relações sociais explicam, por exemplo, porque o uso do termo “humanidade” pode ser utilizado para justificar (óbvio que erroneamente) a escravidão ou para falar em “parto humanizado”. Ou seja: esses diferentes “usos” de “humanidade” são resultado de diferentes “relações sociais”: no caso da escravidão, eram relações sociais em uma sociedade em que pessoas brancas escravizavam pessoas negras dentro da lei. Como a lei mudou, nos apressamos achando que o “racismo” acabou; não, ele não acabou, o que mudou foi que a escravidão se tornou crime.

            Já no caso do “parto humanizado”, as “relações sociais” das últimas décadas em alguns países estão valorizando outras formas de parto para reduzir violência obstétrica, entre outras coisas. Portanto, se nós falamos não em “os seres humanos são isso ou aquilo”, agora podemos falar: “as relações sociais aqui são assim, ali são ‘assado’”. Isso permite um feito notável: perceber as diferentes formas de “ser humano”.

 

Antropologia e culturas

            Na Antropologia, irmã (mas não siamesa!) da Sociologia, como costumo dizer, “cultura” é muito parecido com “relações sociais”. São “relações culturais”. Elas explicam diferentes hábitos e costumes de pessoas ao longo de diferentes “sociedades” e momentos históricos. Podemos ter, por exemplo, uma cultura no Brasil que seja semelhante a cultura dos Estados Unidos, como desejam alguns/algumas pessoas. Ou, por outro lado, podemos ter uma cultura geek ou nerd, ou sul-coreana mesmo não sendo da Coréia do Sul, como minha sobrinha linda, a Júlia. Percebe que “cultura” e “relações sociais” fazem com que a gente não diga que uma coisa está em todo ser humano, como a corrupção por exemplo, mas que é resultado de “momentos” ou “lugares” diferentes?

 

Isso é tudo pessoal. O resto é conversa fiada!

PS: é por isso que quando falamos em religião e deuses, perguntamos, mas de qual sociedade ou qual cultura?


Fonte da imagem: https://i.pinimg.com/originals/d8/bb/5f/d8bb5f52d5246d79f7bbdb6b299156cd.jpg

 


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