segunda-feira, 8 de julho de 2019

INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS SOCIAIS: (Pós-)Estruturalismo e Eleições

Alvorecer: tempo, vida e fios.
G. Brito



Surgiu na França do século XX uma área de estudos que ficou conhecida como “a virada linguística”. Talvez seja essa virada, que ficou conhecido como estruturalismo linguístico, uma das mais importantes tradições de pensamento nas ciências sociais e humanas. Ela passou pela antropologia, pela história, sociologia, comunicação etc.

Na segunda metade do século XX, por volta dos anos 1970, o estruturalismo passou a ser bastante criticado e, normalmente são chamados de pós-estruturalistas aqueles que passaram a sugerir novas alternativas em oposição à ideia de “estrutura”. Mas o que é estruturalismo ou “qual o resultado prático de escolher um ou outro lado do debate entre estruturalistas e pós-estruturalistas?

Quando se fala que as estruturas se mantém, mas as conjuntura se altera, mesmo sem se ter consciência, estamos pensando de maneira semelhante ao estruturalismo em geral, não necessariamente ao linguístico. Desse modo, estamos sempre olhando pra uma visão “mega” ou “muito ampla” da sociedade e da história. Vemos as pessoas como “formigas cegas”, mantendo uma estrutura de relações sociais gigantesca e que se repete indefinidamente (como na série Dark em relação ao loop infinito).

Outra forma de olhar, é tirar esse mega óculos e passar a olhar como as pessoas produzem coisas, como a estrutura. É como se agora olhemos não para atrás ou acima das pessoas, mas sempre para a frente delas e, assim, podemos perceber como elas estão na prática vivendo e produzindo relações sociais que podem gerar a continuidade e repetição das coisas ou sua mudança. Por exemplo: se olhamos a democracia brasileira, podemos ver nas últimas eleições que milhões de pessoas estavam se comunicando via redes sociais defendendo posicionamentos políticos e, via democracia, foram as urnas e elegeram uma pessoa que, por sua vez, é anti-democrática. Ou seja: as pessoas estão alterando a “estrutura” ou, de outro lado, estão “produzindo” uma nova estrutura social.

Se a gente olhasse apenas para a “estrutura” não enxergaríamos que existem pessoas ativamente agindo e moldando a nossa sociedade. Veríamos apenas como a “estrutura social” produziu “a conjuntura atual”, ignorando toda a capacidade de atuação e do empenho das pessoas envolvidas nesse processo.

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