Alvorecer: tempo, vida e fios. G. Brito |
Surgiu na
França do século XX uma área de estudos que ficou conhecida como “a virada
linguística”. Talvez seja essa virada, que ficou conhecido como estruturalismo
linguístico, uma das mais importantes tradições de pensamento nas ciências
sociais e humanas. Ela passou pela antropologia, pela história, sociologia,
comunicação etc.
Na segunda
metade do século XX, por volta dos anos 1970, o estruturalismo passou a ser
bastante criticado e, normalmente são chamados de pós-estruturalistas aqueles
que passaram a sugerir novas alternativas em oposição à ideia de “estrutura”.
Mas o que é estruturalismo ou “qual o resultado prático de escolher um ou outro
lado do debate entre estruturalistas e pós-estruturalistas?
Quando se fala
que as estruturas se mantém, mas as conjuntura se altera, mesmo sem se ter
consciência, estamos pensando de maneira semelhante ao estruturalismo em geral,
não necessariamente ao linguístico. Desse modo, estamos sempre olhando pra uma
visão “mega” ou “muito ampla” da sociedade e da história. Vemos as pessoas como
“formigas cegas”, mantendo uma estrutura de relações sociais gigantesca e que
se repete indefinidamente (como na série Dark em relação ao loop infinito).
Outra forma de
olhar, é tirar esse mega óculos e passar a olhar como as pessoas produzem coisas, como a estrutura. É como se agora
olhemos não para atrás ou acima das pessoas, mas sempre para a frente delas e,
assim, podemos perceber como elas estão na prática vivendo e produzindo
relações sociais que podem gerar a continuidade e repetição das coisas ou sua
mudança. Por exemplo: se olhamos a democracia brasileira, podemos ver nas
últimas eleições que milhões de pessoas estavam se comunicando via redes
sociais defendendo posicionamentos políticos e, via democracia, foram as urnas
e elegeram uma pessoa que, por sua vez, é anti-democrática. Ou seja: as pessoas
estão alterando a “estrutura” ou, de outro lado, estão “produzindo” uma nova
estrutura social.
Se a gente
olhasse apenas para a “estrutura” não enxergaríamos que existem pessoas
ativamente agindo e moldando a nossa sociedade. Veríamos apenas como a “estrutura
social” produziu “a conjuntura atual”, ignorando toda a capacidade de atuação e
do empenho das pessoas envolvidas nesse processo.
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