segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Pequenos picadores: mosquitos como " mais-que-vetores " no alto sertão sergipano


Fonte: Internet.²
Este trabalho, aqui comunicado, é da autoria de um biólogo de formação, mas também antropólogo (mestre). Seu trabalho bem que poderia ser chamado de "pode o mosquito falar?", tal como num artigo de 2002¹, em que um pesquisador utilizou essa expressão como título de seu trabalho. Abaixo, resumo:



Resumo: Resultado de uma pesquisa de campo de aproximadamente 40 dias distribuídos em 3 meses, este trabalho é parte de uma dissertação ainda em andamento. Trata-se de uma etnografia realizada no Monumento Natural (MONA) Grota do Angico, unidade de conservação (UC) situada no alto sertão sergipano. Os desdobramentos das relações efetivas entre populações humanas e mosquitos são o fio condutor deste trabalho. Na Unidade, não há registros de arboviroses, o que não exclui a possibilidade de suas ocorrências. Somado a isso, elas não foram percebidas ou mencionadas pelos sertanejos como realidade local, o que me fez propor uma abordagem mais-que-vetora para a relação entre eles e os insetos em questão. Constituindo uma paisagem emaranhada de seres vivos ou não, humanos ou não, o MONA está sob constante visita de pesquisadores e turistas do mundo inteiro, além dos agentes do estado – todos, em geral, mencionados pelos sertanejos como os hômi da rua. Entre a preservação e o extermínio de espécies, a rua determina uma série de condutas a serem seguidas pelos sertanejos que habitam o local. Os insetos, então, foram a minha porta de entrada para reflexões sobre questões que emergiram em campo, dentre as quais: a composição dos mosquitos na paisagem e a sua luta, seja lutar por sobreviver no ambiente naturalmente adverso que é a caatinga ou lutar contra o local a que são alocados: parasitas e pragas a serem exterminadas. Este trabalho é, portanto, um esforço de se " falar com " mosquitos, tomando como ponto de partida a maneira como os sertanejos pensam esses insetos. Tais concepções nativas, portanto, potencialmente subsidiam diálogos com uma ciência comprometida a pensar a era de extinções em massa. Palavras-chaves: relações humano-animal – insetos vetores – sertanejos

Autor: Túlio Maia (University of Exeter UK). 

Link para o artigo no Academia.Edu: https://www.academia.edu/35500386/Pequenos_picadores_mosquitos_como_mais-que-vetores_no_alto_sert%C3%A3o_sergipano?email_work_card=title








1: Timothy Mitchell, ‘Can the Mosquito Speak?’ In Rule of Experts: Egypt, Techno-Politics, Modernity (Berkeley, CA: University of California Press, 2002)

2: Fonte: Link: https://www.google.com/imgres?imgurl=https%3A%2F%2Fexpressaosergipana.com.br%2Fwp-content%2Fuploads%2F2017%2F03%2Fseca-e1488467812579.jpeg&imgrefurl=https%3A%2F%2Fexpressaosergipana.com.br%2Fseca-no-sertao-sergipano-e-sua-industria-crescente%2F&tbnid=lMcPCTidjoEs0M&vet=12ahUKEwi7zt6VyYXmAhXJBLkGHclID08QMygAegUIARDVAQ..i&docid=Vzzn3OnO342HoM&w=875&h=450&q=sert%C3%A3o%20sergipano&ved=2ahUKEwi7zt6VyYXmAhXJBLkGHclID08QMygAegUIARDVAQ




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